Jardim Botânico publica nova edição da revista científica Heringeriana
O Jardim Botânico de Brasília publicou nova edição da revista científica Heringeriana. A cada semestre, novos artigos científicos, revisões bibliográficas e notas técnicas na área de biodiversidade são publicados com o objetivo de disseminar o conhecimento. Por meio desses periódicos é que são divulgados os avanços e as novas descobertas da ciência, além de pesquisas que estão sendo conduzidas no Brasil e no mundo.
A publicação do JBB é um dos pré-requisitos para sua manutenção na classificação A de Jardins Botânicos do Brasil. Segundo Jair Faria, diretor de Gestão Integrada da Biodiversidade e Conscientização Pública, a Heringeriana é uma das únicas do Distrito Federal que faz esse tipo de publicação, com enfoque no ser vivo e suas relações ecológicas. “Como o periódico é em formato digital, pode ser acessado em qualquer canto do mundo. Nossa linha de pesquisa é voltada a projetos que estudem a biodiversidade, ciências agrárias e ciências biológicas, por exemplo, e o objetivo é publicar artigos que estejam nesse escopo e difundir o conhecimento”, reforçou.
Flora do Cerrado
A nova publicação traz um artigo sobre a diversidade da flora na área do Mosteiro Zen HoryuZan Eisho-Ji, em Pirenópolis. Durante um ano, a equipe do JBB fez expedições ao local e coletou 436 espécies de plantas, de 227 gêneros e 86 famílias botânicas, sendo que sete dessas espécies são novas para a comunidade científica e nove encontram-se em alguma categoria de ameaça da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).
De acordo com a coordenadora da pesquisa, Priscila Rosa, diretora de vegetação e Flora do Jardim Botânico, o trabalho de coleta nessa região teve o objetivo de subsidiar o pleito da área particular se transformar numa Reserva Particular do Patrimônio Natural. O flora nas proximidades do município vem sofrendo perdas devido a expansão do agronegócio e da mineração, o que pode desencadear um episódio de extinção de alcance global.
“Tendo em vista que o grande destaque turístico de Pirenópolis são suas cachoeiras é urgente a preocupação com as áreas destinadas ao agronegócio próximas ao município, sendo que a criação de uma unidade de conservação pode contribuir para a redução do risco iminente de degradação local”, reforçou.
Participaram dessa pesquisa Giulia Vieira Rivaroli; Natália Alves Pereira dos Santos; Pedro Rodrigues de Alencar; Augusto Cesar Alencar Soares; Valdina Ferreira de Paiva; Jorge Augusto Souza de Oliveira; Roberta Gomes Chacon.
Borboletas
A outra publicação é uma nota científica sobre borboletas que ocorrem no Cerrado. De acordo com os pesquisadores Roberto Cavalcanti e Millena Ribeiro, são poucos os estudos relacionados a esses insetos e um compilado de dados bibliográficos sobre o Distrito Federal – área de Cerrado próxima à Pirenópolis – contabilizou um total de 504 espécies entre as famílias Lycaenidae, Nymphalidae, Papilionidae, Pieridae e Riodinidae (Emery et al., 2006) e 335 espécies de Hesperiidae nesta região (Mielke et al., 2008). Contudo, estima-se que esses números sejam ainda maiores, porque existem áreas do DF que não foram amostradas.
Para fazer o levantamento, os biólogos visitaram a mesma área do mosteiro em Pirenópolis e o material coletado, além de subsidiar a pequisa, enriquecerá a coleção entomológica do JBB.
Para ter acesso à integra das publicações, acesse: http://revistas.jardimbotanico.ibict.br/index.php/heringeriana
Heringeriana
A primeira edição da revista científica do JBB foi publicada em 1994 como “Boletim do Herbário Ezechias Paulo Heringer” e, a partir de 2007, passou a se chamar Revista Heringeriana. O novo nome foi uma homenagem a Ezechias Paulo Heringer, botânico pioneiro no Distrito Federal que além de propor a criação do Parque Nacional de Brasília, ajudou na implantação do Parque Zoobotânico de Brasília, na criação da Reserva Biológica de Águas Emendadas, Estação Experimental de Agricultura Cabeça-de-Veado, Parque do Gama e o Parque do Guará, que hoje recebe o nome de Parque Ecológico Ezechias Paulo Heringer. Devido ao seu esforço de coleta, também teve seu nome homenageado em 35 espécies novas.
A submissão de artigos para a revista é totalmente online. Basta criar uma conta de usuário, se cadastrando no sistema e ficar atento aos procedimentos.
Todos os artigos são recebidos pelos editores da revista e só então enviados para os pareceristas. Eles fazem as avaliações científicas do mérito do trabalho, e emitem parecer se o mesmo pode ser aceito ou se a pesquisa deve ser reformulada. Só após esses procedimentos é que os editores devolvem o documento para os autores, que fazem as adequações necessárias para a publicação final.
Para saber mais, acesse: http://www.jardimbotanico.df.gov.br/pesquisa/revista-heringeriana/