JBB amplia e reforma laboratório de reprodução in vitro
Objetivo é oferecer estrutura moderna para pesquisa, reprodução de orquídeas raras e de espécies do Cerrado ameaçadas de extinção além da manutenção dessas espécies através de rotinas laboratoriais
O Jardim Botânico de Brasília (JBB) ampliou e reformou o laboratório de reprodução in vitro. Com investimento de R$ 454 mil, a obra do único laboratório dessa natureza no GDF começou em novembro de 2020 e foi concluída em junho de 2021. A cerimônia de entrega do espaço será realizada quarta-feira, 29 de setembro, às 10h, encerrando as comemorações da Semana do Cerrado.
O objetivo da ampliação e da reforma é oferecer uma estrutura moderna para pesquisa, reprodução de orquídeas raras e espécies do Cerrado ameaçadas de extinção além da manutenção dessas espécies através de rotinas laboratoriais como germinação, propagação, repicagem, confecção de meio de cultura, lavagem de frascos e esterilização de instrumentos e materiais. O novo laboratório também vai dobrar a capacidade do número de mudas produzidas na Unidade de Conservação de 15 mil mudas para 30 mil por semestre.
O laboratório, que até então funcionava de forma improvisada em uma antiga residência funcional, agora contará com uma infraestrutura adequada para a preservação do Cerrado. A ampliação foi de 80 m². Foram construídas novas calçadas e um viveiro externo com plástico agrícola para abrigar as espécies de plantas. A reforma contou com melhorias na estrutura como troca do piso, construção de um novo telhado e rampas de acessibilidade além da instalação de portas de blindex, acabamentos para vedação de portas e no teto, instalação de bancadas e tomadas exclusivas para o uso de autoclave, entre outros.
E as melhorias não param por aí. O sistema elétrico foi todo modernizado para o modelo trifásico com aterramento próprio, tomadas especiais que suportam uma carga maior e estabilizam a rede de alta tensão para atender equipamentos mais modernos. O novo layout foi elaborado também para melhor atender aos servidores do laboratório. Foram construídos dois banheiros, copa, depósito e área de manipulação e pesquisa adequados.
Com a ampliação e a reforma, os visitantes também poderão acompanhar tudo de perto por meio de um observatório de vidro. “Agora temos uma infraestrutura adequada com observatório de vidro que evita contaminação, sala de climatização e layout apropriado para tratamento do material”, explica a superintendente técnico-científico do Jardim Botânico de Brasília, Lilian Breda.
O gerente do laboratório de reprodução in vitro do JBB, Jorge Pinheiro, explica que a ampliação foi planejada para facilitar o fluxo contínuo e constante na multiplicação e nas etapas de crescimento das plantas. “O sistema de vedação não permitirá a contaminação desde o piso até o teto, inclusive no berçário. A obra trará grandes melhorias na pesquisa e reprodução das espécies do Cerrado ameaçadas de extinção”, detalhou.
A diretora executiva do JBB, Aline De Pieri, comemorou a entrega da obra. “O novo laboratório ganhou funcionalidade com foco na germinação e crescimento in vitro das espécies, melhorou o ambiente de trabalho dos servidores e proporcionou maior capacidade na preservação das espécies, com a perspectiva de expandir os estudos. Através do cultivo in vitro pelo método de micropropagação, o JBB pode garantir a reprodução rápida e eficaz de quase 100% das sementes viáveis, gerando milhares de mudas. Nossa intenção é aumentar a produção tanto para abastecimento do orquidário, do Centro de Visitantes e, quem sabe, poder espalhar orquídeas pelas quadras de Brasília”, explicou.
Projeto Orquídeas do Cerrado nas Quadras
O projeto Orquídeas do Cerrado nas Quadras introduz espécies ameaçadas de extinção em árvores existentes nas áreas verdes das quadras residenciais do Plano Piloto, ajudando a retirá-las da lista de espécies ameaçadas de extinção do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Além de orquídeas, o JBB pretende trabalhar com outras espécies arbóreas e herbáceas que sejam raras ou estejam ameaçadas. O projeto começou em 2010 e já foram plantadas, em parceria com a Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap), cerca de, 5 mil mudas.