Coleções Vivas

Atualizada em 10 de junho de 2025

 

As Coleções de Plantas Vivas do Jardim Botânico de Brasília têm como objetivo preservar recursos genéticos de espécies nativas do Brasil — especialmente endêmicas do Cerrado e ameaçadas — por meio de coleções ex situ em viveiro e laboratório. São divididas em duas vertentes complementares, que desempenham papéis essenciais na conservação da biodiversidade, na pesquisa científica e na educação ambiental: científicas e temáticas.

1. Científicas

Estas coleções reúnem espécimes vivos coletados diretamente do campo pela equipe técnica do JBB, recebidos de outras instituições (ou colecionadores), assim como os Bancos de Germoplasma, que armazenam as cópias de segurança. Suas origens são conhecidas e documentadas, o que permite a conservação ex situ e o levantamento e mapeamento das áreas de coleta, contribuindo para estratégias de proteção do Cerrado. As plantas são organizadas por famílias botânicas, com destaque para cactos (Cactaceae), bromélias (Bromeliaceae) e orquídeas (Orchidaceae).

Princípios e Regulamentação

A gestão das Coleções Científicas de Plantas Vivas (CCPV) segue os princípios da Resolução CONAMA nº 339/2003, em conformidade com os objetivos da Convenção sobre Diversidade Biológica, que inclui a conservação ex situ como ferramenta fundamental para combater a perda de biodiversidade, agravada pelas mudanças climáticas e pela degradação ambiental.

Critérios de Prioridade

Na CCPV são priorizadas espécies ameaçadas de extinção, endêmicas do Distrito Federal, de Goiás ou do bioma Cerrado, além daquelas com ocorrência natural na Estação Ecológica do Jardim Botânico de Brasília ou em outras áreas do Distrito Federal. Espécies fora desses critérios podem ser incorporadas em casos justificados, especialmente quando apresentarem valor educativo, paisagístico ou forem de difícil coleta na natureza. No entanto, devido a limitações de espaço e recursos, esses exemplares poderão ser, eventualmente, doados ou descartados

 

2. Temáticas

Reúnem espécies vegetais organizadas com base em temas específicos, como usos medicinais, famílias botânicas ou aspectos ecológicos. Elas têm caráter educativo, paisagístico e de divulgação científica.

· Jardim Evolutivo: Inspirado no modelo proposto por G.L. Stebbins (1974), apresenta as plantas dispostas em círculo, com as espécies mais primitivas no centro e as mais evoluídas na periferia, ilustrando a evolução vegetal.

· Jardins Arquitetônicos: Localizados em áreas como a entrada principal, portaria e Centro de Visitantes, esses jardins integram paisagismo e arquitetura, com coleções de plantas ornamentais organizadas para fins estéticos e educativos.

· Jardim de Cheiros: Implantado entre 1987 e 1989, reúne ervas aromáticas e medicinais, promovendo o conhecimento sobre seus usos e manejo, com foco em educação ambiental.